quarta-feira, 30 de março de 2011

Um sonho "europeu" na floresta tropical

Projeto Urbanístico de Belém na gestão de Antônio Lemos
O Cenário econômico da segunda metade do século XIX  contrói a cadeia de acontecimentos que influenciaram diretamente nos panoramas culturais e economicos do Estado do Pará.

Com o desenvolvimento econômico e tecnológico europeu ocasionado pela Revolução Industrial, a matéria prima chamada de látex começara a se tornar um produto bastante cobiçado no mercado. Nessa época, o produto manufaturado do látex, a borracha, só se encontrava disponível em larga escala, em apenas um lugar no mundo, a Amazônia. 

A demanda pela procura deste produto crescia vertiginosamente de acordo com o crescimento da indústria automobilística, tal matéria prima foi produzida em larga escala na Amazônia, fazendo de Belém, no início do século XX, despontar econômicamente no cenário Nacional e Internacional. 

A capital paraense experimentou o efeito trazido pelo auge econômico, motivada pela cultura européia  trazida com Belle Époque no movimento Art Nouveau. Ambos foram adotados na arquitetura local  dando formas as mais diversas edificações da cidade, Belém viver uma época de ouro, onde o dinheiro não era problema e foi comparada a cidades européias. 

Tanto advento ocasionou em diversas melhorias urbanísticas na cidade dentre elas o destaque fica para a limpeza urbana, a mobilidade urbana e as imponentes edificações, todos considerados modelos avançados de desenvolvimento para a época. As transformações colocaram Belém a um nível em que nenhuma outra cidade brasileira alcançara, nem mesmo a capital ( o Rio de Janeiro) ganhara tanto desenvolvimento urbano quanto a cidade no meio da floresta, o advento da economia amazonica proporcionou a Belém títulos que nenhuma outra cidade das américas recebeu, como Cidade Luz, Paris do Trópicos, Paris N'América e contribui diretamente para o título atual de Métropole da Amazônia. 
Em 1905, com base na planta de Nina Ribeiro de 1886, um grupo de renomados arquitetos e urbanistas apresentaram a planta urbanística da Primeira Légua Patrimonial de Belém (foto acima), nela continha Avenidas extensas e largas (tipo uma Almirante Barroso), ruas e bairros inteiramente planejados onde só existia floresta e terras alagadas. Bairros inteiros com largos quarteirões, bosques e etc..., onde existem extensos favelões nos bairros do Guamá, Terra Firme, Cremação e etc.., teríamos bairros inteiramente planejados como o Marco e a Pedreira, não teríamos apenas um Bosque e sim vários, porém o projeto completa, nunca viria a "sair" do papel. 

Além de projetos urbanísticos, Belém ganhou diversos institutos para o desenvolvimento intelectual, como escolas ( os chamados liçeus) bibliotecas e etc.., bancos que movimentaram a economia da cidade e os mais diversos segmentos do comércio. Belém era também a cidade pioneira no Brasil a receber iluminação pública e também um funcional sistema de transportes públicos sobre trilhos, onde surge o termo "bonde" já em meados do século XIX. 

Antônio Lemos de fato queria instituir em Belém, um clima inovador, dando a cidade infra-estrutura necessária que colocassem nossa cidade ao patamar das grandes métropoles européias, todas essas obras estavam de acordo com a mentalidade de desenvolvimento urbano da europa na época, e que influenciara diretamente Belém, uma cidade que ao nível do Brasil, estava a frente de seu tempo.

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