domingo, 24 de abril de 2011

Áquario da Amazônia

 Pré projeto do áquario da Amazônia, concebido por Sílvia Nunes
Diário OnLine

Está em poder da Secretaria de Cultura do Estado, para análise e posterior decisão do governador Simão Jatene, esboço de projeto para construção, em Belém, de um grande aquário público, nos mesmos moldes dos que já funcionam em diversas capitais do mundo. No Brasil, um projeto similar, mas de porte maior, está sendo executado em Fortaleza, no Ceará, concebido como o maior aquário público da América Latina.

A proposta do aquário em Belém é de iniciativa do empresário João dos Santos Arruda Filho, há três décadas atuando no ramo de peixes e aquários ornamentais e hoje dono de uma loja com mais de 50 espécies em exposição. Desse total, apenas dez são espécies marinhas, todas importadas. Ele explica que o Ibama não permite a pesca na costa brasileira. Os importados vêm em sua maior parte da Índia, o maior centro de exportação de espécies marinhas do planeta.

Para efeito comparativo, basta dizer que o Museu Paraense Emílio Goeldi mantém em exposição menos da metade disso, cerca de vinte espécies. Quanto às perspectivas de mercado, Arruda Filho garante que a atividade atrai o interesse de uma boa parcela da população, o que faz dela um bom nicho de negócio. Só em Belém, ele diz haver em torno de vinte lojas especializadas em peixes e aquários ornamentais.

A sua proposta, entregue ao governador Simão Jatene, e por este submetida ao secretário Paulo Chaves, está contida em projeto de autoria da arquiteta Sílvia Nunes. Sua idéia é construir um aquário com capacidade para abrigar duas mil espécies somente da região amazônica, afora outras que possam ser eventualmente importadas. “A Amazônia é riquíssima em peixes ornamentais”, garante o empresário, acrescentando que sua proposta, pelo menos em princípio, privilegia com exclusividade as espécies típicas da região.

Pelo projeto, com custo relativamente baixo, de aproximadamente R$ 6 milhões, o aquário deverá ser instalado na área do Utinga, onde ficam os mananciais que abastecem a capital – os lagos Bolonha e Água Preta. Arruda Filho destaca que o empreendimento não terá para o Estado qualquer custo de manutenção, já que ele se pagará pela receita própria da bilheteria.

Além disso, a área já dispõe de espaços adequados para estacionamento, o que afasta a necessidade de desmatar, a segurança ficará a cargo da Polícia Militar Florestal, que já tem quartel na área, e a captação de água será feita diretamente no Rio Guamá. Tudo isso facilita a ação do poder público e contribui para reduzir sensivelmente os custos.

Botos serão atração principal em tanques especiais

Entre as duas mil espécies amazônicas de água doce, a grande atração do aquário público de Belém, caso vingue a proposta em poder da Secult, será a presença de um casal de botos cor de rosa no tanque central, com circunferência de dez metros e capacidade para 200 mil litros de água. Os botos terão horário determinado para alimentação e visitação, com a presença de mergulhador para exposição ao público.

O projeto contempla também fossos para répteis e quelônios, seis tanques de espera para quarentena e nada menos que 50 aquários de exposição. De acordo com João dos Santos Arruda Filho, os tanques de espera terão 300 litros de água cada um. Neles serão abrigados por um período mínimo de cinco dias os peixes capturados na região. Ao fim desse prazo, eles serão distribuídos, conforme a espécie, pelos diferentes tanques.

Os 50 aquários de exposição terão capacidade unitária para 400 litros de água, perfazendo no total um conjunto de 20 mil litros. Cada um desses aquários comporta a presença de até 400 animais de espécies afins, segundo Arruda Filho.

Além da área para estacionamento de veículos, o projeto prevê somente a instalação de lanchonetes, instalações sanitárias e espaço administrativo. A idéia é que o aquário público passe a funcionar como centro da atração turística, para os habitantes locais, turistas e visitantes. Mas não só isso, conforme destaca Arruda Filho. Ao mesmo tempo, o aquário deverá se constituir em ferramenta de conscientização da sociedade para a preservação da natureza e para realçar a importância da Amazônia como região detentora da mais rica biodiversidade do planeta.

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