sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Soledade: Um museu a céu aberto

 Do Diário do Pará, Belém.
No cemitério Nossa Senhora da Soledade, no centro de Belém, não só as orações aos mortos atraíram visitantes, mas a própria beleza do cemitério, construído no século XIX e já desativado.
 Quem visitou o local, teve a impressão de que estava em um verdadeiro museu a céu aberto.
A arquitetura das sepulturas do Soledade revela fortes influências de diversas escolas artísticas. “Toda vez que venho aqui, fico horas e horas olhando as sepulturas e relembrando da história do Pará”, disse a aposentada Arlete Tabosa, 91 anos.

 O cemitério constitui um patrimônio para o povo paraense não só pela sua história, mas também pelo acervo arquitetônico que abriga. Lá estão enterrados barões, coronéis, políticos, entre outros. O local foi tombado como patrimônio paisagístico nacional pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em 1964.
 Desativado em 1880, pelo então presidente da Província do Pará, José Coelho da Gama e Abreu, o Soledade até hoje continua sendo muito frequentado. “Não tenho parentes aqui e não conheci ninguém que foi enterrado neste cemitério. Gosto de vir aqui porque fico impressionada com a beleza deste local. Também sinto uma paz muito grande aqui dentro”, contou o professor Gilberto Aguiar.

A exemplo do que acontece em outros cemitérios, muitas pessoas vão até lá para agradecer por milagres a personalidades que consideram santas.
A sepultura de Preta Domingas, escrava morta em 1871 por maus-tratos, recebeu inúmeras homenagens.
Outra alma a que se atribui milagres é a do menino Zezinho, falecido em 1881. Segundo consta, o menino morreu na época em que o cemitério foi construído, quando epidemias de febre amarela, cólera e varíola dizimaram cerca de 30 mil pessoas. Ontem, no Dia de Finados, uma missa foi celebrada para homenagear os mortos que estão enterrados no local.
imagens: Tarso Sarraf



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