Nas eleições para governador do estado do Pará de 2010 temos a compilação de antigos pesadelos e sonhos, políticos, sociais e econômicos, revestidos com uma roupagem moderna, mas com intenções permutativas de continuação e mudança do funcionamento da máquina estatal e das relações da máquina pública com a população.
Temos, do lado direito, os antigos algozes das pessoas mais humildes, representados pelos partidos do PSDB e do PMDB, com candidaturas de Simão Jatene e Domingos Juvenil, na meia esquerda, que faz bem o papel de médio central, o PT com a atual governadora, que poderia ter feito muito mais do que fez, Ana Júlia e na extrema esquerda Fernando Carneiro do PSOL e Cléber Rabelo do PSTU, representantes da emancipação do povo, das garras do latifúndio, da exploração econômica e da escravidão social.
Parece ou soa utopismo, porém é o retrato fiel do antagonismo das propostas de cada Partido para o modelo de Estado que deve ser implantado. Exemplo fiel é a concepção de propriedade defendida nos estatutos e projetos partidários. Há numa extremidade a defesa de manutenção da propriedade privada e do outro a desapropriação das grandes terras que são improdutivas e seu repartilhamento com trabalhadores do campo e da cidade, não que neste último caso vá acontecer, até porque a uma legislação federal que proíbe essas ações federativas, pois os estados são subordinados à Constituição do país, entretanto, revela a concepção de mundo que os diretórios dessas células sociais possuem.
Os pesadelos são a manutenção das enormes desigualdades sociais, a gigantesca falta de saneamento básico, abastecimento de água, rede de esgoto tratado, o péssimo retrato da educação e da saúde de nosso estado, estando muito além de seu potencial intelectual e formativo nessas áreas, inclusive, obtendo horríveis resultados em estudos de desempenho.
Então, temos que prestar atenção no que pretendemos para o nosso estado. Será que vamos permanecer com antigas mazelas ou daremos espaço para o triunfo de um sonho e uma esperança de igualdade, liberdade, democracia e, verdadei ramente, um avanço social e político?